Empreiteiras implicadas em operações da Polícia Federal doaram R$ 450 mil à campanha do parlamentar em 2014
O deputado federal Heuler Cruvinel (PSD) recebeu um montante de R$ 450 mil para a sua campanha à reeleição no Congresso Nacional em 2014 de duas empresas suspeitas de corrupção em operações da Polícia Federal.
A Construtora Central do Brasil (CCB) – que entrou na mira da Lava Jato através de um consórcio com a Odebrecht numa licitação de R$ 2,4 bi para administrar as redes de esgoto da Saneago em Rio Verde, Jataí, Aparecida e Trindade por 30 anos – colaborou com R$ 250 mil para a reeleição do parlamentar rio-verdense. A estatal aparece numa planilha apreendida com o doleiro Alberto Youssef em 2014 contendo informações sobre contratos de empreiteiras com órgãos públicos.
A CMT Engenharia contribuiu com outros R$ 200 mil. A construtora se tornou alvo da Operação Zelotes, que investiga um esquema de pagamento de propinas de empresas para membros do Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais), com o objetivo de conseguir abatimentos e anulação de multas. A empreiteira também é investigada pela PF por possíveis fraudes em licitações públicas e, é claro, superfaturamento de obras.
Heuler Cruvinel disse que as doações financeiras das empreiteiras para a sua campanha foram lícitas e devidamente declaradas à Justiça. A assessoria ressaltou que as doações foram indiretas, ou seja, feitas para o partido e repassadas ao comitê do então candidato. “Heuler não conhece e não teve contato direto com os proprietários dessas empresas”.
A equipe do parlamentar destacou que Heuler não é citado em nenhuma fase das operações Lava Jato e Zelotes nem está sendo investigado pela Justiça. Segundo o deputado, todas as suas contas de campanha foram aprovadas sem necessidade de apresentação de recursos. Ele ainda disse que exerce o mandato com transparência e que considera vil qualquer tentativa de vinculação de seu nome aos escândalos de corrupção.