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10 Medidas

Após polêmica, deputado apaga post do Facebook

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Representante de Rio Verde deletou publicação em que justificava apoio à desfiguração do pacote de medidas contra a corrupção

Diante dos protestos contra os parlamentares que, na madrugada da última quarta-feira (30), desfiguraram o pacote com 10 medidas de combate à corrupção proposto pelo Ministério Público Federal, o representante de Rio Verde na Câmara dos Deputados, Heuler Cruvinel (PSD), tentou justificar seu voto nas redes sociais.

No Facebook, ele disse que apoiou as alterações que foram feitas “de consciência tranquila” e criticou a “disseminação de informações de má fé (sic), feitas por quem, muitas vezes, não conhece e não entende verdadeiramente a matéria tratada, gerando um desserviço à população.”

A postagem, todavia, foi apagada na noite de quinta-feira (1º) do perfil do deputado no Facebook depois de provocar comentários nada lisonjeiros ao parlamentar.

Um dia antes da votação, ele postou um vídeo na frente do Congresso Nacional afirmando que iria “votar as 10 medidas contra a corrupção” e “reafirmar a posição contra a anistia do caixa 2”. Ele também publicou uma foto em que dizia “Voto sim pelas 10 Medidas de Combate à Corrupção.”

Devido ao teor das publicações antes da votação do projeto, claramente favoráveis à iniciativa do MPF, muitas pessoas se mostraram surpresas com o apoio do deputado à descaracterização das 10 medidas contra a corrupção.

A aprovação das emendas alterando o texto no dia seguinte geraria críticas no post em que ele havia dado a entender que aprovaria o projeto na íntegra. “Lindo discurso e totalmente pertinente se o texto original fosse o aprovado. Votar sim para aquelas emendas absurdas que foram feitas é – ou pelo menos deveria ser – simplesmente vergonhoso…”, escreveu o jornalista Hermom Dourado.

Mas também mensagens de apoio: “Tem muita gente que não tem o que fazer senão promover inverdades”, defendeu Sidnei Silva.

Descaracterização

Das 10 propostas apresentadas pelo MPF sobraram apenas quatro. De fato, foram mantidas a criminalização do caixa 2 e o agravamento de penas para corrupção e limitação do uso de recursos com a finalidade de atrasar processos.

Também saíram, é verdade, medidas inconstitucionais, como a aceitação de provas colhidas de forma ilegal e a supressão do habeas corpus.

Contudo, foram retirados do texto original pontos como a criação da figura do “reportante do bem”, um tipo de delator que, apesar de não ter participação no esquema de corrupção, contaria tudo o que sabe e receberia até 20% dos valores que fossem recuperados.

Os parlamentares também riscaram do projeto assinado por mais de 2 milhões de cidadãos a responsabilização dos partidos políticos e dirigentes partidários por atos cometidos por políticos filiados às siglas e a tipificação do crime de enriquecimento ilícito e das regras que facilitam o confisco de bens oriundos de corrupção.

Nota de esclarecimento que foi publicada e apagada nesta quinta-feira do Facebook

Nota de esclarecimento que foi publicada e apagada nesta quinta-feira do Facebook

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