Entrevista - Paulo do Vale
“Estamos transformando ‘elefantes brancos’ em obras úteis para a população”
Em uma conversa franca, o prefeito de Rio Verde Paulo do Vale fala abertamente sobre o atual momento da administração municipal e elenca as realizações mais importantes desde que assumiu o posto em 2017. Sem fugir de temas polêmicos, o gestor também respondeu as críticas que recebe da oposição e expôs a sua relação com o governador Ronaldo Caiado.
Seus opositores dizem que muitas obras que o sr está entregando foram começadas no governo anterior. Como o sr responde a esta crítica?
É preciso deixar a velha política para trás. A pessoa que administra a coisa pública precisa ter responsabilidade. As obras não são deste ou daquele governo, elas são da população. Então é necessário dar continuidade e concluir tudo o que foi começado. Realmente, quando eu assumi a Prefeitura de Rio Verde, recebemos uma série de obras que estavam completamente abandonadas. Tivemos que buscar recursos que estavam perdidos em Brasília e fazer aportes de verbas municipais para transformar esses “elefantes brancos” em obras úteis. Um exemplo é a UBS do Bairro Promissão, que entregamos agora no dia 30 de maio. Ela ficou abandonada durante mais de quatro anos! Nós não apenas reformamos a estrutura, que estava toda deteriorada, como ampliamos em mais 200 m², investindo mais R$ 300 mil dos cofres da Prefeitura. Esta foi a quinta Unidade Básica de Saúde que entregamos nesses pouco mais de 2 anos de mandato. Nos quatro anos anteriores não foram abertas novas UBSs. Muito pelo contrário, foram fechadas. Nós já estamos com tudo organizado para iniciar a construção de uma nova UPA na região sul. Nós estamos trabalhando muito e com o propósito de entregar uma cidade muito melhor do que recebemos em 2017. A mesma coisa pode ser dita em relação às creches, que estavam completamente ao léu e agora estamos entregando. As creches do Dimpe e do Eldourado, por exemplo, já vão receber os alunos depois das férias de julho. A avenida Paulo Roberto Cunha da mesma forma. Ela foi entregue em situação precária, tanto que no primeiro mês de governo foi toda destruída pela chuva. Ela havia sido inaugurada às pressas num completo desrespeito ao dinheiro público. Foi totalmente revitalizada em seis meses. Basta olhar como está hoje, com iluminação, com segurança e sinalização. Agora iniciamos a segunda fase, que vai interligar vários bairros da cidade. Esta questão de obras abandonadas é muito grave. É a mesma coisa que acontece em nível estadual. Antes de iniciar novas obras, o governador Ronaldo Caiado precisa concluir os inúmeros “elefantes brancos” que herdou de Marconi.
O que o sr acredita que será a marca da sua gestão?
Eu não me preocupo com isso. Não tenho essa vaidade, mas eu sei que tudo que se faz de novo deixa uma marca. A Guarda Armada Municipal (GCM) é uma realização muito importante desta gestão. Muitos prefeitos prometeram criar uma Guarda Municipal em suas cidades nas últimas eleições, mas quantos conseguiram vencer todas as etapas e efetivamente colocar os guardas trabalhando nas ruas, com treinamento, com infraestrutura e armada? Isto nós conseguimos. Temos uma das Guardas Municipais mais preparadas do Brasil, senão a melhor. Na última semana, fomos procurados por uma TV do Rio de Janeiro que desejava conhecer mais sobre este caso de sucesso. Hoje a GCM tem uma presença nas ruas maior até do que da própria PM, que é nossa parceira. Os números mostram que, entre as seis maiores cidades de Goiás, Rio Verde foi a que conseguiu reduzir substancialmente os índices de criminalidade. A mobilidade urbana também é uma marca da atual gestão, que melhorou o fluxo e a acessibilidade, diminuiu drasticamente a quantidade de acidentes, trouxe mais segurança para o cidadão. Estamos abrindo novas avenidas, começamos a construção de parques e áreas de lazer, estamos investindo bastante na educação. O PRA, que é o maior programa de recuperação asfáltica já executado em Rio Verde, foi retomado depois do período das chuvas. Estamos construindo o Caps 2. Enfim, são muitas obras.
Como estava a Secretaria de Saúde em 2009, quando o sr assumiu a pasta, e como ela estava em 2017, quando o sr assumiu a Prefeitura? Que comparação é possível fazer?
Sem sombra de dúvidas estava muito pior em 2017 do que em 2009 e este é um assunto que eu nem gosto de falar. É uma coisa que me deixa indignado lembrar a situação que encontramos na Saúde no começo da atual administração. Uma total falta de responsabilidade. Tivemos que recomeçar do zero. A atenção básica estava abandonada, serviços essenciais para a população. A farmácia não tinha remédios. O Hospital Municipal estava um descaso. Ao assumir, reativamos programas importantes e criamos novos serviços, aumentamos o número de leitos, equipamos a farmácia popular, firmamos recentemente uma parceria com o Hospital do Câncer e muitas outras ações imprescindíveis.
O sr foi um aliado de grande importância para a eleição de Ronaldo Caiado, arcando até mesmo com uma expulsão do MDB. Agora o que se vê são indicações do deputado Lissauer Vieira para cargos importantes na máquina estadual. Como analisa esta situação?
Como eu disse, é preciso deixar a velha política para trás e mirar no progresso da nossa cidade, da nossa região. A última coisa que você vai me ver fazendo é brigar por cargos. Isto é o toma-lá-dá-cá. Tenho uma excelente relação com o meu colega médico e governador Ronaldo Caiado. A população sabe distinguir quem sempre teve posição política firme de quem até pouco tempo estava no colo de Marconi e agora quer se aliar por conveniência. O importante é que estamos conseguindo avançar as pautas que a nossa comunidade precisa, como a transferência do Estádio Mozart Veloso e de dois ginásios para o município. São patrimônios do povo de Rio Verde e que vêm de um histórico de abandono. Agora, sob a batuta do município, eles serão revitalizados e entregues para a comunidade em condições dignas e com capacidade de receber grandes eventos esportivos e culturais.