Carreira
Do serviço público ao empreendedorismo: a virada de Rogério Ferreira
Após uma década na Polícia Civil, Rogério fez uma transição planejada para liderar sua empresa de engenharia e explorar novas oportunidades
Rogério Ferreira, um jovem goiano que ingressou na Polícia Civil com apenas 22 anos, poderia facilmente ter seguido a trajetória convencional de uma carreira estável no serviço público com um salário mensal de mais de R$ 12 mil e uma aposentadoria garantida. Contudo, o que parecia ser um caminho seguro transformou-se em uma jornada de autodescoberta, desafios e, acima de tudo, coragem para abraçar o incerto. Sua história é de alguém que, mesmo envolvido profundamente na gestão pública, optou por largar a segurança de um salário fixo e se aventurar no empreendedorismo.
Ainda enquanto cursava Direito, Rogério foi aprovado no concurso para a Polícia Civil, onde, ao longo de 10 anos, trabalhou em diversas frentes, com destaque para sua atuação no Núcleo Regional de Inteligência e Análise Criminal. Foi lá que ele desenvolveu seu interesse e habilidade na gestão de dados e na tomada de decisões estratégicas baseadas em análise quantitativa — uma competência que seria fundamental para a virada que estava por vir.
Embora fosse apaixonado pelo trabalho na polícia, Rogério começou a perceber, com o tempo, que havia atingido o teto financeiro e profissional dentro da carreira pública. O salário estava estagnado, e o desafio de coordenar o maior curso de formação da história da corporação só reforçou a certeza de que ele havia contribuído o suficiente naquele setor. Paralelamente, Rogério e sua esposa haviam fundado uma empresa de engenharia, especializada em soluções para condomínios em Goiânia. O envolvimento cada vez mais profundo com a iniciativa privada criou uma encruzilhada: continuar no serviço público ou arriscar tudo pela nova empresa?
A decisão de deixar a polícia não foi fácil. Rogério ponderou com sua família, analisou os riscos e, após um processo de aproximadamente um ano e meio de transição, escolheu abandonar a segurança do emprego público para se dedicar integralmente à sua empresa. Essa mudança trouxe um novo fôlego para sua vida profissional, abrindo espaço para novos projetos. Além da empresa de engenharia, Rogério e sua esposa decidiram investir também em uma quadra de tênis no setor Campinas, Goiânia, o que fortaleceu ainda mais o espírito empreendedor da dupla.
A jornada de Rogério, no entanto, não se restringiu ao universo empresarial. Ao perceber o impacto que a transição de carreira teve em sua vida, ele começou a compartilhar suas experiências e aprendizados nas redes sociais. Rogério passou a oferecer dicas de gestão e organização para outros empreendedores, destacando questões que ele identificou como cruciais para o sucesso de um negócio. “A estatística mostra que 85% das empresas falham entre o primeiro e o terceiro ano por falta de organização financeira e de gestão de pessoas e processos”, ele comenta em seu perfil no Instagram, onde também compartilha insights sobre o risco calculado e a importância de uma boa estrutura de gestão.
Hoje, Rogério se orgulha de sua trajetória e do impacto que pode ter tanto no mundo dos negócios quanto na vida daqueles que buscam inspiração para mudanças ousadas. Sua história é um exemplo claro de que, por mais estável que seja um caminho, há sempre uma nova rota a ser traçada — e, às vezes, arriscar pode ser a escolha mais segura que alguém pode fazer.