‘Não existe mais espaço para corretor que abre mão da tecnologia’

Um bom número de pessoas, especialmente corretores de seguros, marcou presença no evento em Goiânia (Foto: Gabriel Heusi)

Carlos Pacheco

De Goiânia

Considerado um dos maiores eventos do seu gênero, o 20º Congresso Brasileiro dos Corretores de Seguros, realizado de 12 a 14 de outubro no Centro de Convenções de Goiânia, atraiu os olhares de profissionais de todo o País. O evento foi uma realização da Federação Nacional dos Corretores de Seguros (Fenacor) e Sindicato dos Corretores de Seguros no Estado de Goiás (Sincor-GO), com o tema “O Setor de Seguros na Era Digital”. Paralelamente, aconteceu a 18ª Exposeg.

Segundo cálculos do presidente da Fenacor, Armando Vergilio, o congresso foi acompanhado por 19 mil pessoas nas redes sociais e 6,8 mil na internet. Ainda de acordo com o dirigente, houve grande participação dos profissionais nas oficinas de trabalho desenvolvidas – cerca de 800 corretores assistiram às apresentações. “Os congressistas deixaram Goiânia com várias provocações e desafios”, ressaltou.

O presidente do Sincor-GO, Henderson de Paula Rodrigues, que recepcionou colegas de todas as regiões brasileiras, enfatizou o valor do tema central, que apontou a uma direção irreversível: o corretor precisa vencer barreira e adentrar à era digital. “Temos de 6% a 7% de participação no PIB nacional em um país que somente de 12% a 15% da população possui apenas um ou dois tipos de seguro. Há espaço para crescer e chegar a dois dígitos. Para construir mercados, deve-se incorporar a tecnologia como aliada”, disse Rodrigues, em seu discurso na abertura do Congresso.

Ao final do encontro, o diretor de Ensino do Sincor-RJ, Arley Boullosa, por sua vez, foi incisivo: “Eu espero que os corretores tenham saídos assustados deste congresso. Muitos acham que usar a inteligência de negócios é só prerrogativa da seguradora. Vejo muitos profissionais ainda amadores em termos de tecnologia”. Boullosa fez um alerta: se o corretor de pequeno porte não começar a construir, por exemplo, um processo de gestão de informação, ele ficará estagnado. E ter vantagens competitivas é saber usar as ferramentas digitais.

Plataforma digital

Na ocasião, a Fenacor apresentou em coletiva de imprensa o Zim, da empresa Wiz. Trata-se de solução digital criada para ao corretor de seguros, que disponibiliza CRM (ferramenta de gestão de clientes). Para Vergilio, a solução foi feita sob medida aos corretores e oferece todas as garantias de preservação e segurança aos usuários. “O Zim vai ajudar a melhorar a produtividade desse profissional e, consequentemente, sua performance de vendas”, afirmou.

No aplicativo é possível efetuar uma cotação e inserir todos os dados do corretor e do segurado p ara que o mesmo efetue as suas funções. A solução divide opiniões. A Wiz possui participação acionária da Caixa Seguros, que também é acionista da Youse, plataforma de venda de seguros online. Esta foi alvo recente de liminar impetrada pela Fenacor sob a alegação de que não está cadastrada na Superintendência de Seguros Privados (Susep).

Além disto, a federação acusa a Youse de não usar nenhum intermediário no negócio, quando, na verdade, conta com uma corretora de seguros. Enquanto alguns participantes saíram do congresso convencidos da eficácia do Zim, outros tantos protestaram veementemente pelas redes sociais.

Em comunicado, o presidente do Sincor-RJ, Henrique Brandão, afirmou a sua indignação quanto a um mecanismo que, além de efetuar a captação de novos negócios de “forma abusiva”, permanece com os dados do segurado caso haja desistência do corretor de usar o aplicativo. “Não é seguro entregar seus dados a uma empresa aliada à Youse. O que puder fazer para combater, assim o farei”, prometeu Brandão.

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