“Nunca estive do lado do governo nesta luta”, declara Chavaglia

Antonio Chavaglia (Crédito da foto: Thomas Pagotto/Comigo)

Presidente da Comigo faz discurso coerente contra taxação de soja e milho, mas setor sofre com representatividade frágil

Tenho participado das reuniões sobre o assunto e até alertei inúmeras vezes que este decreto era inviável, mas afirmo que eu, como sempre, continuo defendendo o produtor rural.” A declaração é do presidente da Comigo, Antonio Chavaglia, que criticou duramente a medida do governo estadual em Assembleia Extraordinária realizada ontem (13) no Sindicato Rural de Rio Verde.

Nunca estive do lado do governo nesta luta”, enfatizou. A medida editada pelo governador Marconi Perillo (PSDB) estabelece que 70% da soja e do milho em Goiás podem ser exportados sem tributação, mas 30% devem permanecer no Estado e, se forem exportados, haverá incidência da cobrança de 12% de ICMS.

O vice-presidente do Sindicato Rural de Rio Verde, Luciano Jayme, alegou que a tributação 70/30 tira competitividade do setor e terá impacto negativo no comércio. Segundo ele, a nova taxação cria uma reserva de mercado para algumas empresas e onera a produção de grãos.

Crise de representatividade

A publicação do Decreto 8.548/16 no Diário Oficial, que causou a ira de produtores rurais em todo o Estado, demonstra ao mesmo tempo a crise de representatividade do setor junto ao governo de Goiás. Apesar das promessas das lideranças de “intensificar a cobrança” pela derrubada da medida, o decreto entrou e saiu de vigor diversas vezes este ano.

Representantes como os presidentes da Faeg, José Mário Schreiner, e da Aprosoja, Bartolomeu Pereira, assim como o deputado estadual Lissauer Vieira, que preside a Comissão de Agricultura da Assembleia, chegaram a comemorar a suspensão do decreto anunciada pelo governador em fevereiro. Aliados políticos de Marconi, eles alegaram ter usado de sua influência no governo para modificar o decreto que sacrifica o setor.

Para um auditório lotado com mais de 200 produtores rurais ontem no Sindicato Rural, eles não tiveram outra alternativa a não ser declarar que voltarão a exigir do governador a suspensão da medida. No final da reunião, os participantes assinaram um documento oficial que será encaminhado ao governo estadual pedindo, mais uma vez, um posicionamento favorável aos produtores.

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