Vida Pública
Vice faz campanha midiática para 2018
Máquina de propaganda estatal tenta fabricar candidatura de José Eliton ao governo
Na tentativa de viabilizar uma candidatura à sucessão de Marconi Perillo (PSDB) em 2018, o vice-governador e agora secretário de segurança pública José Eliton (PSDB) tem chamado a atenção quando o assunto é promoção pessoal.
Fazendo cara de poucos amigos ao lado de policiais no combate ao crime, com direito a um helicóptero pairando estrategicamente sobre a cabeça no momento da foto, ele tem produzido peças que lembram um cartaz de filme de ação. Nas redes sociais, o novo secretário compartilha fotos na rua com a Rotam e até debaixo de chuva vistoriando blitze da polícia na capital.
A bandeira do rigor na segurança pública, contudo, é apenas o novo tema de uma longa peça de propaganda pessoal de José Eliton. Antes de assumir a atual pasta, a máquina já trabalhava nos mínimos detalhes a construção de uma imagem positiva do vice-governador. No ano passado, ele deixou o PP e se filiou ao PSDB em festa com Aécio Neves em Goiânia.
Conforme mostra a galeria, na secretaria de desenvolvimento econômico José Eliton já cumpria a todo vapor uma agenda típica de candidato em época de eleição. Porém, ao invés da imagem de atitude e modernidade que deseja transmitir, a propaganda oficial reafirma velhos estereótipos da política.
Nas seguidas oportunidades em que assumiu interinamente o governo, o vice apostou no bom e velho assistencialismo e festas no Palácio. Não faltaram distribuição de cestas básicas e de brinquedos para famílias carentes.
Demonstrando até mesmo deslumbramento com o poder, voou para o Rio de Janeiro para a escolha de um samba enredo em homenagem a Goiás. Sem perder a chance de se deixar fotografar com os garotos-propaganda do governo Zezé Di Camargo e Luciano.
O discurso já bastante surrado da “tolerância zero” ainda não assustou a criminalidade nem convenceu a sociedade. Concentradas em Goiânia, as operações policiais ainda podem causar a migração do crime para o interior.
Natural de Rio Verde, mas com base eleitoral no Norte de Goiás, desagradou gregos e troianos ao anunciar concurso para a segurança sem convocar os policiais aprovados em concurso. A criação de uma nova categoria de policiais, com salários de R$ 1.500,00, também não motivou o efetivo das forças de segurança, que teve reajuste legal negado este ano pelo governo.